“NÃO SEI POR QUE... LEMBREI DE ALGUÉM!”
Uma tratadora de animais selvagens, de um zoológico de um desses países desenvolvidos, recebeu a incumbência de cuidar de uma pequena leoa, que sequer conseguia mamar direito, uma vez que sua mãe, morrera pouco tempo antes!
Praticamente, ela transferiu os cuidados maternos para o pequeno animal, a pequena e indefesa leoa! Cuidar de um animal, naquelas condições, desde a idade mais tenra e em desenvolvimento, até ele (a) conseguir se alimentar e caminhar com as próprias patas, não seria, sem dúvida, uma tarefa das mais fáceis! Porém, a tal tratadora, praticamente transferiu algo de seus cuidados maternos, para a pobre criatura. Tanto na higiene, na alimentação, no trato com a vacinação, etc., ela estava , presente, como uma boa “mãe!” (E por que não?!) Além de tudo isso, deu muito mais ainda: deu carinho, deu amor, deu afeto e dedicação! Rodeada de tantos cuidados, a leoa fora crescendo e se desenvolvendo , à olhos vistos! Depois, ao invés de abafados gemidos a criatura “urrava” que nem bicho grande! E aí , em sinal de profundo (ainda que inconsciente) reconhecimento, desenvolveram uma espécie de “parceria”, uma ao lado da outra. Logicamente, cada uma no seu mundo! Daí por diante, quando do desenvolvimento pleno da espécime, ela, a tratadora não se cansava de dizer a todos que: “TINHA UMA CONEXÃO TODA ESPECIAL COM O FELINO! (a)” E todos acreditam nisso! E todos viam isso todos os dias! E de fato, todos tinham a mais clara certeza, que havia sim , uma espécie de cumplicidade entre ambas... Acredito, que “nessa altura do campeonato”, a jovem já acreditava , inclusive, que precisam reescrever tudo aquilo que fora dito sobre a selvageria e brutalidade daquelas grandes criaturas, a seu ver, desde que tratados com carinho: extremamente dóceis! Porém, fora no auge de sua teoria a respeito de rever os conceitos sobre instinto de predação e irracionalidade, que seriam minimizados por uma correta educação prática correta de determinados métodos, que o destino a surpreendeu! Ocorre que, no auge de sua confiança também, resolveu em determinada data, fazer uma exposição para crianças, jovens, adolescentes e adultos, etc., sobre como criar a trabalhar com a espécie, quando num movimento brusco talvez que tenha feito com uma das mãos em direção ao felino, a qual a interpretara como uma espécie de agressão e repentinamente, bruscamente, surpreendeu a tudo e a todos, quando partiu para um tresloucado e incompreensível ataque contra o corpo da tratadora atônita! As equipes de salvamento do tal zoológico, tiveram muita dificuldade para tirar a tratadora, das garras da fera alucinada, necessitando inclusive, fazerem uso de dardos tranquilizantes, para a acalmar! A moça, conseguiu sobreviver, após meses de internação! Se recuperou fisicamente, porém, seu psicológico ficara abalado, demandando um pouco mais de tempo para esse estado, melhorar. Após muita terapia e apoio incondicional dos amigos, voltou a ativa, inclusive, voltou ao contato do “bicho” que quase ceifou sua vida, adaptando outros métodos e outra sistemática , mais próxima da realidade, como essa por exemplo, que consiste em separar HOMENS DE FERAS e assim por diante! E foi justamente, após ouvir toda a história da tratadora, que me recordei que passei por algo muito parecido, com a diferença que a “espécime” tratada também fora da espécie humana! Num momento de grande sofrimento, abandono, trauma psicológico, acolhi determinada pessoa em meu círculo mais íntimo, mais pessoal. Abri as portas da minha casa e infelizmente, também as “do coração!” Assim como a cuidadora de animais selvagens, dentro da minha limitação, além das coisas materiais que lhe ofertei, cedi minha confiança, meu afeto, meu carinho e meu tempo livre para ela. Sem exigir absolutamente nada em troca! Passado o tempo e fortalecida, de algumas “cicatrizes” plenamente recuperada, tanto das físicas, quanto das morais que num belo dia, num momento de descuido do “tratador”, atacou-o pelas costas, apunhalou-o e o abandonou. Mas, graças a muita determinação, confiança e ajuda principalmente das forças espirituais que norteiam e dirigem o mundo, seu recuperou plenamente, mas, sua confiança ficou seriamente comprometida, assim como no caso da tratadora! Ela pode afirmar que superou todos os traumas e os complexos que lhe dominaram e quase lhe mataram, mas, uma nova aproximação, com os mesmos métodos de outro animal, no caso, outro ser humano desnorteado pelo fenômeno paixão, vai ser muito mais difícil e demandará pouco mais de tempo! Não diria que nunca mais isso poderá acontecer, que nunca mais... para sempre... é muito tempo, apenas pronuncia-se: por enquanto... não!
JFTorres
Enviado por JFTorres em 23/10/2024
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