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"crer que tudo se sabe é um erro profundo, o próprio limite tomar, como horizonte do mundo!"

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LIÇÕES DOS INIMIGOS... PARTE I
LIÇÕES DOS INIMIGOS...
Aprendemos... se quisermos aprender e crescer, muito mais com os inimigos do que com os amigos. Porque muitas vezes, os amigos, com receio de ferir suscetibilidades, se abstém de fazer comentários que poderiam até salvar nossas vidas, com todos os detalhes e sem pudor de esconder absolutamente nada, os inimigos, tanto quanto os parentes que são antagonistas, desempenham um papel fundamental na superação individual de cada um, para seguir adiante.
Abaixo segue, o
“RETRATO DE VOLTAIRE!”(1)
Descrito por um desafeto seu... Um inimigo, para melhor expressar a narrativa: (1735), “obs.: atribui-se o seguinte relato a um certo Alexis Piron, que obviamente, odiava o filósofo!”
“Senhor, tu me pedes o retrato de Voltaire que, segundo dizes, não conheces, senão por meio de suas obras. Já é muito, a meu ver, conhecer o autor, mas queres ver o homem e eu vou te pintar um e outro.
Voltaire fica abaixo da estatura dos homens muito altos, isto é, um pouco acima de média (...) É magro, de compleição seca. Tem a “bílis esquentada “ (logicamente , queria qualificar o escritor como nervoso, descontrolado), o rosto descarnado, o ar espiritual e cáustico, OS OLHOS FAISCANTES E MALIGNOS. Todo o fogo que encontra em suas obras, ele o tem em seus atos. Vivo, até o desatino: é um fogo que vai e vem, que te deslumbra e te ofusca. Um homem assim constituído, só pode ser enfermiço. A lâmina desgasta a bainha. Alegre por compleição, sério por regime, aberto sem franqueza, político sem fineza, sociável sem amigos. Conhece o mundo e o esquece; Aristipo pela manhã e Diógenes (filósofos grego da antiguidade) à tarde. Ama a grandeza e despreza os grandes, é simpático com eles, difícil com seus iguais. Começa pela polidez, continua com a frieza e termina com o desgosto. Gosta da corte e se entendia com ela.’
‘ Sensível sem apego, voluptuoso sem paixão, não se agarra a nada por escolha e a tudo por inconstância. Raciocinador sem princípios, sua razão tem acessos, como a loucura nos outros. O espírito justo, o coração injusto, pensa tudo e zomba de tudo. Libertino sem caráter, sabe também moralizar sem costumes. Vazio até o excesso, mas ainda mais interessado, trabalha menos por sua reputação que pelo dinheiro: tem fome e sede dele. Finalmente, se apressa em trabalhar para se apressar em viver; era feito para desfrutar, mas, ele quer acumular. Este é o homem, este é o autor!” (continua na parte II).
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- (1) François-Marie Arouet  - VOLTAIRE, foi escritor, historiador e filósofo iluminista francês. Conhecido por seu nome de plume M. de Voltaire, ele era famoso por sua sagacidade e suas críticas ao cristianismo — especialmente à Igreja Católica Romana. Nascimento: 21 de novembro de 1694, Paris, França - Falecimento: 30 de maio de 1778, Paris, França.
JFTorres
Enviado por JFTorres em 25/12/2023
Alterado em 25/12/2023


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